quinta-feira, 11 de setembro de 2014

FARMACOLOGIA

1.4 O que é Farmacologia?

Para estarmos capacitados a usar e administrar drogas (ou medicamentos) eficientemente, devemos saber o que esperar delas e o que acontecerá com elas quando forem introduzidas no corpo.
A Farmacologia é o estudo científico das drogas, seus efeitos desejáveis e indesejáveis, e seus usos. A Farmacologia ou ciência das drogas possui duas grandes subdivisões, a farmacodinâmica e a farmacocinética.
 
As duas grandes subdivisões da farmacologia respondem às duas questões mais fundamentais que podem ser colocadas sempre que a terapia com drogas é considerada. Essas questões são:
 
- O que a droga fará com o organismo?
- O que o organismo fará com a droga?
 
A farmacodinâmica nos fornece respostas para a primeira pergunta, enquanto a farmacocinética responde à segunda.
 
A farmacodinâmica descreve os efeitos fisiológicos que as drogas têm em células ou organismos vivos (como o corpo humano) e mostra como as drogas influenciam as funções corporais por meio de mudanças bioquímica nos fluidos e tecidos corporais. A farmacodinâmica, portanto, descreve o mecanismo de ação de uma droga e os seus efeitos terapêuticos. A farmacodinâmica também nos dá indicações de como a concentração da droga (ou dosagem) está relacionada à subsequente extensão de seus efeitos terapêuticos.
A farmacocinética descreve a absorção, a distribuição, o metabolismo (ou biotransformação) e a eliminação das drogas, em outras palavras, os efeitos dos processos corporais nas moléculas das drogas, como uma função do tempo (isto é, medidos como o passar do tempo). Alguns autores se referem aos quatro processos como os processos ADME.
A farmacologia também inclui as seguintes áreas especializadas de estudo, mas não é, de maneira alguma, limitada a elas:
 
- Farmacoterapêutica: A ciência do uso de drogas no tratamento das doenças.
 
A farmacoterapia se refere ao próprio programa de tratamento com drogas de um paciente.
 
- Farmacologia clínica: Durante o desenvolvimento e a fase de testes de novas drogas, a segurança e a utilidade da droga em questão devem ser determinadas da seguinte maneira:
 
- Testes pré-clínicos: (testes em laboratórios e com animais) são usados para determinar as propriedades farmacodinâmicas e farmacocinéticas básicas da droga, e para detectar toxicidade aguda, subaguda e crônica. O objetivo é detectar quaisquer efeitos tóxicos que a droga possa ter sobre as células, tecidos e órgãos, e também efeitos carcinogênicos (que induzem ao câncer), mutagênicos (que causam mutações perceptíveis). Os testes pré-clínicos também ajudam os cientistas a estabelecer o índice terapêutico da droga (a diferença entre a dosagem terapêutica mínima e a dosagem tóxica).
- Em seguida, os testes clínicos (testes em seres humanos) devem estabelecer se efeitos colaterais inconvenientes (dos quais os animais são incapazes de reclamar) ocorrem, qual deve ser o cronograma ideal de dosagem e como a nova droga se compara a tratamentos com drogas existentes. A farmacologia clínica engloba o teste de drogas em seres humanos, em que a supervisão médica é essencial para a condução de pesquisas seguras e éticas.
O metabolismo das drogas é significativamente diferente em animais e seres humanos. Portanto, os princípios cinéticos e dinâmicos, e o perfil tóxico de uma droga também continuam a ser investigados durante os testes clínicos. Esses testes são conduzidos em três fases. Durante a Fase 1, a droga é testada em um pequeno número de indivíduos saudáveis. A Fase 2 administrada a droga a um número seleto de pacientes doentes, enquanto na Fase 3 são conduzidos testes extensivos, de significância estatística. Depois de iniciada a comercialização da droga, uma nova fase, a farmacovigilância, começa e, então os efeitos colaterais, as indicações adicionais, a eficácia e tolerância podem ser investigados por completo.
Os testes clínicos, devem ser cuidadosamente planejados, bem projetados e controlados. Os testes randomizados são os mais frequentemente usados. Um teste único é normalmente inadequado para a determinação do desempenho da nova droga em comparação com os tratamentos-padrão que já estão em uso (ou com placebos). Isso só deve aos recursos limitados e ao pequeno número de pacientes que normalmente estão disponíveis para inclusão em um teste único. Por meio da combinação de resultados de diferentes testes randomizados  (que atendam aos critérios determinados para o controle, a validade e a confiabilidade de cada um) em um único panorama de todos os dados disponíveis (ou seja, o emprego de uma meta-analise dos resultados da pesquisa), esses problema pode ser superado.
 
- Farmacologia comparativa: Comparações são feitas entre resultados obtidos de testes em animais versus testes em seres humanos. A farmacologia comparativa precisa estabelecer se os resultados ou prognósticos relacionados ao desempenho de uma droga específica em animais podem ser aplicados aos seres humanos.
 
- Farmacologia molecular: é o estudo da interação entre as moléculas das drogas e as moléculas biológicas de organismos vivos.
 
- Farmacogenética: É a área da ciência das drogas que estuda a suscetibilidade genética dos indivíduos a drogas específicas. A constituição genética de um certo indivíduo pode, por exemplo, determinar a que taxa as drogas serão metabolizadas em seu corpo. Além disso, a resposta de um indivíduo específico a uma certa droga pode ser significativamente alterada na presença de um defeito genético.
 
- Toxicologia: É o estudo das toxinas e seus antídotos. Na farmacologia, a toxicologia também como os efeitos tóxicos (ou danosos) das drogas na overdose. A toxicidade se refere às propriedades tóxicas de substâncias químicas, como as drogas.
  

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