sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

FARMACOLOGIA X

3.6 Densidade de receptores e Reserva de receptores

A maioria dos receptores usados pelas moléculas das drogas está localizada nas superfícies externas das membranas plasmáticas. A densidade dos receptores para as drogas específicas, entretanto, é consideravelmente baixa. Mas, apesar da baixa densidade dos receptores, os agonistas totais ainda podem produzir uma resposta celular máxima mesmo sem ocupar todos os receptores disponíveis, ou seja, eles deixam alguns receptores desocupados e, assim, de reserva. Isso é conhecido como a sua reserva de receptores. No caso do dualistas, não há reserva de receptores, isto é, eles não poderiam produzir uma resposta celular máxima mesmo se lhes fosse possível ocupar todos os seus receptores. O efeito máximo produzido  por uma dualista é, portanto, quantitativamente menos "potente" do que o efeito que poderia ter sido obtido com um agonista total. 

FARMACOLOGIA IX

3.5 Agonistas, Antagonistas e Atividade Intrínseca

A drogas podem ser classificadas como agonistas, dualistas ou antagonistas, dependendo da habilidade de seus complexos droga-receptor de extrair ou iniciar respostas celulares ou efeitos celulares ativos. A atividade intrínseca descreve a efetividade biológica do complexo droga-receptor. A atividade intrínseca, também denominada de eficácia intrínseca, é expressa como uma fração. Zero indica que absolutamente nenhum efeito será provocado pela droga, e um indica que a resposta celular máxima será iniciada. Todos os transmissores endógenos de sinais têm atividade intrínsecas iguais a um. As respostas celulares ativas, todavia, podem ser tanto excitatórias como inibitórias em sua natureza. A dopamina e a serotonina, por exemplo, provocam respostas excitatórias, enquanto o neurotransmissor endógeno ácido gama-aminobutírico (GABA) provoca uma resposta inibitória. 

Em termos de atividade intrínseca, as drogas podem ser categorizadas como: 

- Agonistas totais:  São drogas que apresentam atividade intrínseca igual a "um". Portanto, são capazes de provocar respostas celulares máximas. Um agonista também mostra uma grande afinidade por seus receptores. 

- Antagonistas competitivos: Drogas que exibem atividades intrínsecas iguais a "zero" são chamadas de antagonistas competitivos. Elas geralmente mostram afinidade mais alta por seus receptores do que seus agonistas correspondentes. Antagonistas competitivos são também conhecidos como bloqueadores de receptores. Como diz o termo essas drogas simplesmente bloqueiam os receptores para evitar que agonistas, como os transmissores endógenos de sinais, formem complexos agonista-receptor funcionais e então exerçam seus efeitos nos órgão-alvo. Eles não podem reverter ativamente os efeitos de seus agonistas correspondentes. Outras duas características importantes desse tipo de antagonista são as seguintes:

- O antagonista competitivo pode deslocar o antagonista correspondente de seu sítio de ligação no receptor, graças a sua maior afinidade pelo receptor.

- Uma vez que esteja ligado irá novamente deslocar o antagonista de seu sítio de ligação.

O complexos droga-receptor que são formados entre antagonistas competitivos e seus receptores, e que não produzem respostas celulares ativas, são ditos de natureza passiva. Como já foi mencionado, tais drogas simplesmente impedem a estimulação endógena (química ou nervosa) por meio de drogas no sistema de receptores em questão.

- Dualistas: Algumas drogas não são nem agonistas totais nem antagonistas competitivos. Em vez disto, podem ser caracterizadas como sendo agonistas parciais, também conhecidos como antagonistas-agonistas. Elas apresentam atividades intrínsecas variando entre zero e um. Um dualista com uma atividade intrínseca que 0,5 desempenhará provavelmente uma atividade antagonista (bloqueadora de receptores). A administração de um dualista sozinho geralmente também evocará suas atividades agonistas. Entretanto, se um agonista já estiver presente, ele desempenhará suas propriedades antagonista competitivo.

Drogas que são capazes de agir como bloqueadores de receptores em mais de um sistema de receptores são chamadas de bloqueadores multipotentes. Suas estruturas químicas lhes permitem algum grau de efeitos antagonistas não seletivos de natureza antimuscarínica, anti-histamínica, bloqueador-adrenérgico e de anestésico local. Exemplos desses bloqueadores multipotentes são os tipos mais antigos de anti-histamínicos, os antidepressivos tricíclicos e as fenotiazinas.
Além dos antagonistas competitivos, existem outros quatro tipos de antagonistas não competitivos. Essas drogas antagonistas são usadas para anular ativamente os efeitos de drogas agonistas ou outras substâncias químicas no organismo. Elas são:

- Antagonistas funcionais ou fisiológicos: Uma antagonista funcional é na verdade um agonista que age em um sistema de receptores diferente, no qual produz os efeitos fisiológicos opostos àqueles produzidos pelo agonista inicial. A adrenalina, por exemplo, é o antagonista funcional da histamina.

No organismo saudável, os principais agonistas fisiológicos das subdivisões simpática e parassimpática do sistema nervoso, respectivamente a adrenalina e a acetilcolina, também agem como antagonistas funcionais em áreas-alvo como o músculo liso bronquial e as células cardíacas.

- Antagonistas químicos: Um antagonista químico forma uma ligação química com o agonista, por meio da qual diminui sua afinidade por seus sítios de ligação nos receptores. A concentração e efetividade do agonista é, então, reduzida.

Dois exemplos de antagonistas químicos são:

- Sulfato de protamina, que é usado para terminar o efeito que a heparina produz na coagulação sanguínea por meio de ligações iônicas.

- O agente quelante dimercaprol, que é usado para tratar o envenenamento por arsênio e por mercúrio, tornando o antagonista mais hidrossolúvel e, portanto, mais adequado para a excreção renal. O envenenamento pelo ferro pode ser tratado da mesma maneira, com desferrioxamina como agente quelante. Quelatos que formem no lúmen do trato digestivo não serão absorvidos.

- Antagonista metafinóides: Esses antagonistas mudam a conformação dos sítios de ligação dos receptores utilizados pelos agonistas. Isso implica que o agonista não será mais capaz de se encaixar de maneira ótima nos sítios de ligação de seu receptor. O antagonista metafinóide, portanto, influencia a ocupação do receptor pela antagonista. No caso de enzimas esse tipo de antagonismo é chamado de antagonismo alostérico.

- Antagonistas bioquímicos ou farmacocinéticos: Um antagonista bioquímico reduz diretamente a concentração do agonista na biofase. Isso pode ser alcançado tanto pela aceleração da biotransformação ou da excreção do agonista quanto pela concentração com o agonista pelo transporte até seus receptores. 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

FARMACOLOGIA VIII

3.4 Regulando o fluxo através dos Canais de Íons

Proteínas transmembrana específicas, denominadas proteínas de cal, formam canais de íons na membrana plasmática. Canais de íons específicos exibem seletividade por seus íons específicos somente. Canais de íons separados para Na+, Ca2+ e Cl- podem estar presentes em uma única membrana plasmática. Tais canais de íons são geralmente regulados por meio de ação de ligantes ou por meio de sua sensibilidade a impulsos elétricos. 
Algumas drogas podem se ligar a áreas-alvo diretamente nas proteínas de canal.Uma vez que o complexo droga-receptor tenha sido formado, a conformação do canal é modificada. Subsequentemente, a permeabilidade do canal para seus íons específicos é aumentada. Os íons são então autorizados a mover-se ao longo de seus gradientes eletroquímicos rapidamente e precipitar-se para dentro da célula, onde iniciarão respostas biológicas. Um exemplo bem conhecido de um receptor de membrana desse tipo é o receptor nicotínico que interage com a acetilcolina. 
A permeabilidade do canal de íons podem também ser diminuída com certas drogas. Nesses casos, a permeabilidade do canal de íons é impedida de ser aumentada por substâncias endógenas, ou canais de íons sensíveis à voltagem podem ser impedidos de abrir em resposta a impulsos nervosos. Um bom exemplo deste último é o dos agentes anestésicos locais que impedem que canais de Na+ sensíveis à voltagem se abram em resposta à despolarização.

Alguns mecanismos da proteína G acoplada também regulam o fluxo de íons por canais de íons específicos. Nesses casos, o acoplamento da proteína G não ativa mensageiros secundários intracelulares, mas em vez disso diminui diretamente a permeabilidade dos canais de íons. 

FARMACOLOGIA VII

3.3 A Transdução de Sinais Químicos

Uma vez que uma droga tenha formado uma ligação funcional com seu receptor, uma corrente, ou cascata de eventos celulares é ativada, o que culminará nos efeitos bioquímicos e fisiológicos da droga. Tal cascata de eventos celulares, desencadeada pela ligação ao receptor e então ampliada, é denominada de transdução de sinal.Os diferentes tipos de receptores foram descritos em parágrafos anteriores. Receptores de membrana podem influenciar a permeabilidade da membrana diretamente para certos íons ou podem estar acoplados à proteína G. Quando a permeabilidade da membrana é influenciada, a resposta pode ser esperada dentro de milissegundos, enquanto as repostas da proteína G acoplada se manisfestam dentro de segundos a minutos.

Receptores que são acoplados à proteína G fazem uso de mensageiros secundários intracelulares para sua transdução de sinal. Algumas drogas, por meio da ligação ao receptor, ativam esses mensageiros secundários, enquanto outros podem inibi-los. O AMP cíclico (cAMP), O inositol trifosfato (IP3) e diacilglicerol (DAG) são exemplos desses mensageiros secundários. Íons de cálcio (Ca 2+) intracelulares também podem agir como mensageiros secundários. Alguns agonistas são capazes de produzir um aumento na concentração citoplasmática de íon cálcio. Esses íons cálcio são a seguir envolvidos em vários processos celulares que resultam em suas reações efetoras.

FARMACOLOGIA VI

3.2  A Biofase

A área que circunda diretamente o sítio de ligação do receptor é chamada de biofase. A moléculas de drogas precisam alcançar a biofase em concentrações suficientes altas para permitir que elas se liguem a receptores bastantes para produzir um efeito clínico significativo. Algumas drogas podem ser administradas diretamente em sua biofase (inalando um broncodilatador), o que significa que doses menores são requeridas e menos efeitos colaterais sistêmicos são produzidos. 

domingo, 22 de fevereiro de 2015

FARMACOLOGIA V

3.1 Ligação e Afinidade de Receptores

As drogas precisam se ligar aos receptores para produzir seus efeitos. As moléculas das drogas formam ligações químicas com os receptores, e a força dessas ligações é determinada pela afinidade do receptor pela droga.

Antes que uma droga possa exercer qualquer resposta celular ou efeito clínico, suas moléculas precisam ligar-se aos receptores-alvo específicos. As ligações químicas se formam entre as moléculas da droga e os sítios de ligação de seus receptores. Essas ligações são quase de uma natureza fraca, reversível, mais dinâmica.
Algumas poucas substâncias, entretanto, são capazes de formar ligações fortes, co-valentes (irreversíveis) com seus receptores. Os receptores são geralmente destruídos por causa dessas ligações. Os efeitos dessas substâncias ou drogas somente podem ser terminados uma vez que estruturas proteicas  apropriadas, contendo novos sítios de ligação de receptores, tenham sido sintetizadas. Isso explica a prolongada duração de sua ação. Exemplos de drogas ou substâncias que formam ligações co-valentes com seus receptores são os pesticidas organofosforados e a droga anti-hipertensiva fenoxibenzamina, que é usadas para estabilizar a pressão sanguínea de pacientes que sofrem de feocromocitoma, antes de intervenção cirúrgica.

A afinidade pode ser definida como a tendência ou grau com que as moléculas da droga são atraídas para seus receptores. Ela fornece, portanto, uma indicação da força das ligações químicas que se fornam entre as moléculas e os receptores. Drogas com uma alta afinidade por seus receptores exibirão uma tendência maior de se combinar com esses receptores do que drogas com baixas afinidades. Quanto  maior for a afinidade de uma droga por seus receptores, mais potente será a droga. 
Para simplificar o real processo de ação da droga, os seguintes eventos podem ser descritos, já que eles se relacionam à ligação da droga com seus receptores-alvo:

- Moléculas de drogas podem ser vistas como mensageiros químicos que conduzem mensagens (sinais químicos) para alvos biológicos, para realizar mudanças bioquímicas ou elétricas em órgãos efetores.

- Moléculas de drogas formam ligações químicas com seus receptores. Isso produz complexos droga-receptor (moléculas da droga ligadas a receptores).

- Uma vez que o complexo droga-receptor tenha sido formado, uma série de eventos bioquímicos ou elétricos é ativada. Os eventos iniciais servem para amplificar e transmitir a mensagem original para as partes funcionais das células-alvo. Isso é conhecido como transdução de sinal.

- O processo de transdução de sinal pode acontecer tanto por influência direta da permeabilidade da membrana como por um processo de transdução acoplado à proteína G.

- Os eventos subsequentes permitem que os efeitos biológicos sejam vistos nos tecido-alvo e líquidos corporais.

Receptores  acoplados à proteína G bastante conhecidos são os receptores muscarínicos da acetilcolina, os receptores da dopamina, receptores da serotonina e os receptores Beta-adrenérgicos.
Uma vez que a droga tenha sido introduzida no organismo, a associação a receptores de drogas é iniciada. Esse é o processo por meio do qual os complexos droga-receptor são formados. O tempo que uma molécula da droga realmente passa em seu receptor, entretanto, é medido em milissegundos. Isso implica que a dissociação droga-receptor também ocorra. Em farmacologia, diz-se que um equilíbrio foi atingido quando a taxa de associação droga-receptor se iguala à taxa de dissociação droga-receptor.

Molecularmente, a ação da droga leva a consequências diretas ou imediatas, com mudanças nas funções das células ou dos tecidos. A função de uma órgão pode ser afetada tanto diretamente quanto indiretamente. Outras consequências indiretas ou retardadas são mudadas no funcionamento de um sistema de órgãos e eventuais mudanças no funcionamento do organismo inteiro.  Algumas dessas mudanças são benéficas, enquanto outras podem ser indesejáveis.

FARMACOLOGIA IV

Capítulo 3 - Princípios Farmacodinâmicos

No Capítulo 1, a base de ação da droga, ou seja, a interação entre as moléculas de drogas e os receptores (também conhecidos como alvos de drogas), foi introduzida. Receptores se encaixam em uma de três importantes categorias:

- Receptores de ligantes específicos (subdivididos em receptores de membrana e receptores intracelular).

- Receptores enzimáticos.

- Receptores carregadores de transporte.

Algumas vezes, os receptores de ligantes específicos são denominados de"verdadeiros" receptores de drogas, enquanto os receptores de enzimas e carreadores de transporte são agrupados juntamente com proteínas plasmáticas e de tecidos, para formar uma categoria de receptores "silenciosos". Portanto, na prática tornou-se padrão que o termo "receptor" seja usado quando se referindo apenas a receptores de ligantes.

Proteínas e moléculas contendo proteínas fornecem os verdadeiros sítios de ligação de receptores usados pelas moléculas de drogas e também por uma variedade de transmissores endógenos de sinais (neurotransmissores, hormônios e autacóides). A farmacodinâmica estuda a maneira como as drogas influenciam os processos do organismo pela sua interação com receptores específicos e, portanto, seus mecanismos de ação e seus efeitos resultantes. Muitos farmacodinâmicos são importantes para que possam ser discernidos os mecanismos de ação das drogas. Esses princípios são alucidados neste capítulo.

TOXINA BOTULÍNICA (TxB)


Toxina Botulínica é produzida pela bactéria anaeróbica Clostricium Botulinum. Existem neurotoxinas botulínicas (NTB), são consideradas toxinas mais potentes conhecidas. Elas em dosagem, possuí uma toxicidade. 

Há 60 anos atrás, os Japoneses fizeram experimentos em prisioneiros para saber até que grau a letalidade do Clotridium botulinum seria fatal. Durante séculos as populações utilizaram toxinas biológicas extraídas de plantas, venenos e anfíbios para aumentar o poder de suas armas. 

Devido a NTB ser potente, ela era utilizada na II Guerra Mundial como arma biológica. Os soviéticos produziram estoques de neurotoxinas botulínicas tipo A (BONT/A), dentre os países Irã, Iraque, Síria e Coréia do norte, somente o Iraque admitiu a produção de 19.000 l de toxinas botulínicas.

As NTB, quando não são usadas como arma biológica ou em medicamentos, podem causar quadro de botulismo. Este quadro de botulismo é causado por uma má conservação de alimentos. No século XIX com o advento de conservação de alimentos industrializados, houve raras ocorrências de botulismo. 

Em 1817, foi publicado a primeiro caso de botulismo por envenenamento.

Kerner, supôs que a TxB poderia ter várias aplicações na área da saúde, como na medicina, principalmente na desordem do sistema nervoso central (SNC).

Em 1895, o agente bacteriano e o mecanismo de ação dele foi descoberto e foi atribuído ao professor Emile Van Ermegen.

Em 1978, Alan Scott efetuou testes em seres humanos para o tratamento de estrabismo. Depois desta descoberta foi indicado para tremores, distonias segmentares e outros movimentos anormais.

Em 1989, a TxB foi usada na aplicação em músculos espásticos, recuperando seu tônus muscular. A TxB tem uma princípio ativo que é o Clostridium botulinum, que é um complexo proteico. O BONT/A utilizado hoje em dia são agentes biológicos obtidos laboratorialmente, elas são associadas com albumina humana e diluída no NaCl a 0,9%.

Esta toxina é formada por cadeias pesadas e cadeias leves. As cadeias pesadas agem nos terminais colinérgicos receptores sinápticos e as cadeias leves são responsáveis pelos efeitos tóxicos. A TxB tem afinidade a receptores colinérgicos, bloqueando a liberação de acetilcolina. Então é aplicado nas terminações nervosas motoras dos músculos esqueléticos num espaço intersticial por uma aplicação local intramuscular. Ela tem afinidade e alta seletividade para sinapses colinérgicas. A TxB só se torna ativa quando separa seus sorotipos. Depois da clivagem dela, começa-se ativar e cada cadeia atua em partes diferentes tendo um mesmo objetivo.

Como já foi citado que existem dois tipos de fragmentos, o mais leve com 50.000 Daltons e o mais pesado com 100.000 Daltons.

O Botulismo, é a intoxicação pelo Clostridium botulinum, que provêm de botulus, que em latim significa salsicha. Devido ao envolvimento deste alimento nos primeiros casos registrados cientificamente na Alemanha no século XVII.

Existem três tipos de botulismo: botulismo clássico, botulismo de lesão e botulismo infantil. Estas três formas são clinicamente semelhantes.

Foram descritos casos de botulismo que não foram adquiridos por nenhum veículo alimentar, e também não há nenhuma forma de botulismo por ferimentos. Pode adquirir botulismo por cirurgias gastrointestinais ou doença inflamatória do intestino, pré-dispostos por colonizações intensas. Pode também ser adquirida por acidentes em laboratórios, por a toxina imediatamente alcançar a corrente sanguínea. Por via respiratória pode também ser adquirir a toxina, atingindo o SNC e os demais órgãos. Então pode se   contaminar de várias formas.

Em 2002, foram citados 294 surtos, que 128 por consumo de vegetais, 47 por peixes, 16 por carnes, 5 de produtos lácteos, 3 por comida mexicana e os demais por outros tipos de alimentos.

O Clostridium botulinum é uma bacilo gram positivo, encontrado em fezes humanas e de animais, solo e alimentos. São encontrados sete tipos deste bacilo de A à G. Tipos A,B e E causam doenças em humanos. Tipo E causa doença pelo consumo de pescados e frutos do mar. Tipo C e D causa doença de pássaros e mamíferos.

O bacilo do Clostridium botulinum produz esporos, que tem uma resistência fantástica, ao calor, a radiação, a compostos químicos, a desidratação e aos congelados. Eles possuem uma resistência por ter uma tripla camada de carboidratos, lipídios e proteínas e eles são ricos em cálcio. Este bacilo consegui sobreviver por mais de 30 anos em meio líquido e muito mais tempo em meio seco. Você o conseguirá destruir os esporos aquecendo a 120 graus Celsius por 30 minutos.

Então verifique sempre antes tudo o que for comprar, estado da embalagem e o que for comer !!







domingo, 8 de fevereiro de 2015

VENENO DE COBRA PODE TRATAR O PARKINSON E TROMBOSE



Sabemos que o veneno da cobra (serpente) pode ser fatal. No caso da jararaca, que pode ser entrada na fauna brasileira, têm toxinas capazes de causar danos como paralisia, hemorragia e falência dos rins. 

Dois grupos brasileiros isolaram moléculas do veneno da serpente e descobriram que estas moléculas podem ser utilizadas para combater doenças neurodegenerativas e coagulação do sangue. 

O Biólogo Alemão Henning Ulrich, mostrou que uma das moléculas encontradas no veneno da jararaca, poderia ajudar a estimular a formação de células nervosas na região do cérebro e esta molécula é a BPP. 

A professora Lina Zingali, descobriu que duas substâncias isoladas do veneno da jararaca poderia ajudar na coagulação do sangue. 

Em 1949, Rocha e Silva (Cientista brasileiro)  isolou uma molécula em alta concentração no veneno da jararaca, o BPP que ajuda na redução da pressão arterial. Esta descoberta serviu para o desenvolvimento do medicamento Captopril, que combate a hipertensão. 

Esta substância BPP, ativa uma substância contida no sangue chamada bradicinina que ela esta relacionada com a redução da pressão arterial e processos inflamatórios, estando presentes em todos mamíferos. 

Em 2001, Ulrich junto com Telma e seus doutorandos Cléber e Henrique Martins estudaram as funções da bradicinina e descobriram que ela é capaz de ativar células tronco presentes no cérebro. 
Ulrich explica que doenças como Parkinson e Derrames podem ser combatidas pelo veneno da jararaca. Os cientistas ja fizeram testes em ratos com derrames repararam que a bradicinina pode ser usada para impedir a morte de células sadias. 

De acordo com a pesquisa de Lina Zingali, ela descobriu duas moléculas do veneno de jararaca , a Jarastatina e a Jararacina que estão num grupo chamado desintegrina, que são capazes de prevenir a coagulação do sangue. Estas moléculas inibem o acúmulo de plaquetas no sangue humano. Entre as duas moléculas a Jararacina é a mais potente. 

DOENÇA DE HUNTINGTON (DH)



A doença de Huntington é um distúrbio hereditário e degenerativo, causando problemas motores e mentais por situações genéticas. Uma das principais características é a coreia (movimentos involuntários em que acontecem contrações musculares irregulares).

Este sintoma está presente em mais de 90% dos pacientes com esta doença, também apresentando emagrecimento e envelhecimento precoce.

DH é uma doença neurodegenerativa, autossômica dominante e também descrita como coreia de Huntington.

Em 1993 foi descoberta a mutação genética pelo grupo Hereditary Disease Foundation, na expansão instável do tripleto CAG (citosina - adenina - guanina) numa região específica chamada exão 1 do gene HD, também chamado de gene IT15. Este gene codifica a proteína huntingtina.

Esta proteína é produzida em toda a nossa existência, mas a morte celular acontece em áreas específicas como no córtex e no estriado.

Esta doença aparece na fase adulta, dos 35 aos 50 anos de idade, ela progredindo, se torna fatal, 15 a 20 anos, do aparecimento da doença. 

A DH afeta como já foi mencionado, o córtex e o estriado, mais especificamente a uma disfunção neural glutamatérgica e dopaminérgica, com interações com as vias cortico e nigro-estriatais. Ela está associada à disfunção de regiões não estriatais (córtex e substâncias nigra).

Alguns sinais encontrados no paciente de Doença de Huntington está descrito abaixo:

-Irritabilidade.

-Depressão.

-Alteração motora.

-Bradicinésia (lentidão dos movimentos).

-Rigidez severa.

-Demência.

-Tremores.

-Distonia.

-Ataques epiléticos.

-Caquexia (extrema magreza e mau estar grave).

-Distúrbio sexual.

-Apatia e entre outros.

Na neuropatologia, a DH é causada por uma atrofia gradual do estriado, mais especificamente pelo núcleo caudado e putamen.

Em 1985, Vonsattel criou uma escala que pode se basear nos padrões de degeneração estriatal, observado em tecido pós-morte.

Sabendo que a doença de DH é classificado em 5 graus, está relacionada ao grau, esta severidade neuropatológica. A quantidade de repetições de CAG e a escala de Vonsattel.

A atrofia estrital está também correlacionada com degenerações cerebrais no 1º e 2º  grau, a estrutura não estriatal está preservada enquanto no 3º e 4º grau o córtex cerebral estaria afetada. O tamanho do cérebro diminui 40% nos casos severos da DH.

Os neurônios espinhosos médios são os afetados e se localizam no estriado, eles preenchem cerca de 95% aos neurônios estriatais. Os neurônios estriatais recebem projecções axonais de neurônios dopaminérgicos que partem da substancia nigra e de neurônios glutamatérgicos do córtex cerebral e talamo.

Na genética, a DH é ocasionada por repetições do tripleto CAG, que fica localizado perto do terminal 5 do exão 1 do gente HD. Este gene contém 67 exões, que se localiza no braço curto do cromossomo 4 na região D4S127 e D4S180. A huntingtina mutante possui uma cauda de resíduos de glutamina que ficam no terminal amínico NH2-.

Esta patologia é autossômica dominante. Ela se encaixa na teoria de hereditariedade me Mendel, também se tornando instável na meiose. Em raros casos, a transmissão se dá pela parte paterna. Com estudos, vimos que com 35 repetições do tripleto, o indivíduo ainda é assintomático, após 35 à 39 repetições, o indivíduo já começa a ter aparecimentos dos sintomas. E de 40 à 50 unidades, os alelos já se tornam adultos DH.

A huntingtina conduz a degeneração das células nos estriado, no córtex cerebral e em outras regiões. Esta huntingtina desregula completamente as funções metabólicas da célula levando a morte programada (Apoptose). Começa-se a morte celular, e uma das disfunções são as mitocondriais que são concentrações de Ca2+ (Calpainas) e com o processo dessa disfunção é induzido o processo apoptótico.

Foi constatado que a remoção cirúrgica do córtex, houve a diminuição dos níveis de glutamato no estriado. Isto prolonga a vida em ratinhos transgênicos e também em seres humanos.

A DH nas últimas décadas está sendo estudada mais profundamente pela comunidade cientifica. Mas ainda não tem uma precisão em questão dessa doença, só sabemos o que pode acontecer nos sintomas que será a disfunção mitocondrial, estresse oxidativo, apoptose e a alteração do processo autofágico, desempenham um papel crucial na disfunção e morte neurais nessa doença.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

DOENÇA DE CROHN (DC)



É uma doença inflamatória intestinal, que pode acometer focal, assintomático e transmural de qualquer parte do tubo digestivo, boca ao ânus. Esta doença pode afetar pessoas de qualquer idade, mas na segunda ou terceira década pode ter um diagnóstico mais preciso. 

O diagnóstico da DC se resulta no conjunto de dados clínicos, como uma anamnese, exames físico e proctológico completo.

As manifestações desta doença se dá sempre por inflamações, tais como a obstrutiva ou fistulizante. E abaixo esta descrito os sintomas da Doença de Crohn: 

- Diarreia crônica.

- Dor abdominal. 

- Sangramento retal.

E os sinais clínicos são: 

- Desnutrição. 

- Palidez cutâneo-mucosa. 

- Massa abdominal. 

- Fistulização na parede abdominal. 

Colites infecciosas, pode aparecer e pode ser causada por vírus ou por bactérias. 

Ileíte aguda, pode ser diagnosticada como apendicite aguda. 

Colite de Crohn, pode ser diagnosticada como retocolite ulcerativa. 

Temos que prestar muita atenção no que ingerimos, para que não soframos mais tarde. 

Para o médico dar um diagnóstico exato da DC, ele tem que fazer perguntas e fazer exames, pois na literatura têm diversas formas de enterocolites e com a síndrome do intestino irritado. 

 A DC pode causar processos inflamatórios de várias formas e locais, como por exemplo, erupção cutânea, articular periférica, hepáticas, ocular, axial. E estas reações podem atrapalhar na mal absorção de alguns nutrientes. 

Dentre todos exames, a colonoscopia junto com a biópsia terá uma eficácia para o diagnóstico rapidamente se o paciente esta com colite de crohn  ou retocolite ulcerativa.

A diferença da DC pode ser difícil, pode a doença estar localizada em diversos lugares, por isto há um indicador padrão. Para pacientes assintomáticos não há nenhuma indicação para qualquer tratamento, mas para os sintomáticos, para ter um tratamento medicamentoso ou cirúrgico, temos que saber o local, intensidade da apresentação entre outros para saber realmente o que fazer. 

Quando o paciente tem doença perianal, é indicado se fazer uma drenagem da fístula e abcessos. Indica se proctectomia quando houver casos graves de retite e incontinência anal. 

Quando a pessoa é acometida pela doença íleo cecal, ela poderá ser medicada com alguns medicamentos, sempre respeitando a posologia do seu médico, porque ele sabe o seu caso clínico. O paciente pode ser medicado com os medicamentos abaixo: 

- Aminossalicilato 

- Sulfasalazina

- Mesalazina 

- Ciprofloxacin 

Uma observação: Quando o paciente esta não responsível a aminossalicilato, pode ser trocar o medicamento por Metronidazol. Se o paciente não ter a resposta certa para o tratamento troque novamente por Prednisona e Budesonida, sempre alternando para ter o resultado desejado.

É indicado a terapia imunossupressora, nesta DC baseando nos diagnósticos  de córticodependências à corticoterapia. Doses de Azatiopurina e 6-mercaptopurina, até obter uma resposta. Sabendo que também utilizando estes  medicamentos, será necessário fazer alguns exames periódicamente para a contagem de leucócitos. Em primeiro estágio será necessário fazer contagem na primeira semana do tratamento. Depois os exames vão ficando mais espaçados de 45 à 45 dias, pela dua alta toxicidade.

Na colite o tratamento deve ser indicado a Sulfasalazina. Casos de intolerância a Sulfasalazina, a Mesalazina pode ser administrada.

Nesta DC, existe uma terapia de manutenção. O médico vai ver tem a necessidade desta terapia para cada paciente.

Em casos de doença perianal, o abscesso anorretal é tratado por drenagem cirúrgica.

Quando o paciente possui fístulas, ele pode ser medicado com Metronidazol e nao podendo passar de quatro semanas o tratamento.