A meia-vida de eliminação , de
uma droga pode ser definida como a quantidade de tempo necessária para a
concentração plasmática da droga seja reduzida em 50% (isto é, o tempo
necessário para que a concentração plasmática da droga se reduz à metade).
Vários fatores podem prolongar a t ½ de uma droga, inclusive falências do
fígado e dos rins, idade avançada e muitos outros.
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
FARMACOLOGIA VI
2.7 Farmacocinética Aplicada
O valor dos vários princípios
farmacocinéticos está na sua aplicabilidade e situações clínicas práticas.
Os processos farmacocinéticos
determinam como o organismo humano lidará com substâncias estranhas, como
drogas, uma vez que sejam introduzidas no organismo. Esses processos são
determinantes de muitos aspectos importantes da farmacoterapia e das
complicações e complexidades do tratamento com drogas. Os princípios
farmacocinéticos que são discutidos nesta seção podem ser diretamente aplicados
na prática clínica. FARMACOLOGIA V
2.6.2 Excreção renal
Quando as drogas são excretadas na urina, isso acontece na forma original, não modificada, polar e hidrossolúvel (chamada de composto parental) ou na forma de seus metabólitos polares e hidrossolúveis (produzidos durante a biotransformação da droga). A excreção renal envolve três importantes processos fisiológicos. São eles:
Quando as drogas são excretadas na urina, isso acontece na forma original, não modificada, polar e hidrossolúvel (chamada de composto parental) ou na forma de seus metabólitos polares e hidrossolúveis (produzidos durante a biotransformação da droga). A excreção renal envolve três importantes processos fisiológicos. São eles:
- Filtração glomerular: Os poros
dos glomérulos são suficientemente grandes para permitir a passagem de todas as
moléculas de drogas que não estão ligadas a proteínas plasmáticas para dentro
dos túbulos renais. À medida que as moléculas de drogas são filtradas pelos
glomérulos, mais e mais da fração ligada a proteínas plasmáticas se
desconectará.
- Secreção tubular ativa:
Proteínas carregadoras, conhecidas como carreadores de secreções, são
encontradas nos túbulos contornados proximais do néfron. Certas drogas podem
inibir competitivamente essas carregadoras. Drogas que competem por sítios de
ligação em carreadoras ácidas têm significância clínica muito maior do que
aquelas que competem por carreadoras básicas. Além disso, para drogas que são
secretadas ativamente, a filtração glomerular tem uma importância menor. Na
tabela a baixo temos alguns exemplos de competidores por sítio de ligação em
carreadoras ácidas e básicas, que são clinicamente significantes.
Competidores por carreadoras
ácidas:
- Furoseamida
- Penicilina
- Probenicida
Competidores por carregadoras
básicas:
- Amilorida
- Morfina
- Neostigmina
- Reabsorção tubular passiva: O
grau de ionização e de lipossolubilidade de uma droga determinará o grau em que
ela poderá ser reabsorvida a partir do néfron e de volta para a corrente
sanguínea. A biotransformação tem como objetivo tornar as drogas mais polares e
lipossolúveis, para prevenir sua reabsorção nos túbulos renais. Moléculas
ionizadas não são, portanto, reabsorvidas, mas as não ionizadas sofrem a
reabsorção passiva. Já que o pK3 de uma droga e o pH no meio em torno das suas
moléculas determinam seu grau de ionização, o pH tubular influenciará o grau em
que certas drogas (aquelas que são ácidos fracos ou bases fracas) serão
excretadas na urina. A alcalinização da urina aumentará a taxa de excreção de
um ácido fraco, enquanto a acidificação da urina aumentará a taxa de excreção
de uma base fraca. Esses fatos são utilizados durante o tratamento da
superdosagem de drogas. A superdosagem de aspirina, por exemplo, é tratada com
bicarbonato de sódio para alcalinizar a urina e também para tratar a acidose
metabólica causada por essa superdosagem. O túbulo contornado proximal também
apresenta carreadoras de reabsorção para bases e ácidos orgânicos. Essas
carreadoras têm particular importância no tratamento da gota.
FARMACOLOGIA IV
2.6.1 Excreção biliar
As drogas e seus metabólitos
podem ser ativamente transportadas a partir da corrente sanguínea pela a
vesícula biliar. O fígado age como um órgão excretor para substâncias altamente
polares (isto é, substâncias que são hidrossolúveis), com massas moleculares de
300 a 350. Certas moléculas de drogas que passaram por conjugação com o ácido
glicurônico (isto é, conjugados glicurônidos), como os metabólitos da
eritromicina e do cloranfenicol em particular, podem ser excretadas dessa
maneira. Em certas circunstâncias, bactérias no intestino delgado podem
hidrolisar novamente os metabólitos conjugados, depois de sua excreção biliar
para o intestino. A hidrólise tornará esses metabólitos novamente mais
hidrossolúveis. Isso facilita a sua reabsorção para a corrente sanguínea, um
processo conhecido como clico enterro-hepático.
Um aspecto muito importante do
fenômeno do ciclo enterro-hepático é a potencial falha dos anticoncepcionais
orais (estrógenos administrados oralmente) quando usados concomitantemente com
certos antibióticos. Antibióticos que matam bactérias intestinais causarão uma
diminuição do ciclo enterro-hepático dos estrógenos, facilitado por essas
bactérias. Isso diminuirá a concentração dos anticoncepcionais no plasma e,
consequentemente, também diminuirá sua efetividade. As pacientes devem ser
alertadas sobre a possível falha de seus anticoncepcionais orais e sobre o uso
de métodos anticoncepcionais alternativos durante o tratamento com
antibióticos.
FARMACOLOGIA III
2.6 Excreção
Os rins não são os únicos órgãos
excretores do organismo. Órgãos como os pulmões e as glândulas exócrinas podem
também participar de excreção de drogas. A excreção é o último dos quatro
processos cinéticos.
As drogas podem ser excretadas de
várias maneiras: pelos pulmões, trato GI ou pelos rins e também em secreções
corporais, como a saliva as lágrimas e o suor. Uma característica cinética
importante da excreção é o fato de que a concentração de uma droga é maior nos
órgãos que se excretam do que no resto so organismo. Isso explica por que a
toxicidade de uma droga é geralmente detectada em primeiro lugar nesses órgãos.SINDROME DE BELL (PB)
Em 1821, foi descrito por Sir.
Charles Bell a Paralisia de Bell. Acontece no sétimo par craniano (nervo
facial), sem causa detectável. Esta paralisia corresponde de 60% à 75% das
paralisias faciais.
Temos incidências nos EUA, Espanha.
Afetam ambos os sexos, mas a maior incidência acomete mulheres grávidas. Quanto
maior a faixa etária, maior a incidência de PB, menor acometimento de pessoas
menores de 10 anos.
Quando esta síndrome acontece,
ela já aparece como uma paralisia facial súbita. Ela dá uma dor retroauricular
necessitando de analgesia, geralmente a dor ou desconforto aparece de dois a
três dias antes. Com isto, alguns sinais e sintomas começam aparecer, a
ausência de lágrima, deficiência gustativa são sintomas que pode aparecer por
uma disfunção parassimpática por lesões dos nervos intermédios de Wrisberg.
A ação das fibras pré
ganglionares parassimpáticas se projetam para os gânglios submandibular e
depois volta para o lugar, eles se conectam ao nervo petroso maior superficial
causando um lacrimejamento após a salivação em excesso que podemos chamar de
Síndrome da Lágrima de Crocodilo.
Síndrome da Lágrima de Crocodilo acomete 70%
dos pacientes.
Hipercusia, é a paralisia do
músculo estapédio. Que é responsável pela movimentação do estribo. Com tudo
isto a pessoa tem uma ausência do reflexo estapediana. Temos a paralisia facial
central que causa lesão acima do nervo facial que atinge a hemiface inferior.
Então ele causa lesão acima do
núcleo do nervo facial atingindo a hemiface inferior.
O núcleo facial recebe fibras
corticonucleares dos dois hemisférios.
Paralisia facial periférico,
acomete os músculos faciais pela lesão dos nervos faciais, está paralisia
acontece em todo hemisfério.
Paralisia facial central, tem um comprometimento
do hemisfério inferior da face.
Antes a PB poderia estar
associado a miasterina gravis, mas ao longo do tempo foi descartado esta
hipótese. Pacientes com Guillain-Barré pode apresentar paralisia facial
bilateral, mas poucos desenvolvem paralisia nas extremidades.
Um exame muito usual na PB é a
ressonância nuclear magnética de encéfalo, que deixa visualizar os nervos
faciais e funções dos gânglios geniculados, porções timpânicas e mastoidea.
Kress e colaboradores, com
estudos demonstraram que não há uma recuperação completa da função do nervo
facial.
A ressonância nuclear magnética
de encéfalo, confirma o diagnóstico de outras coisas para a paralisia
periférica que é a lesão pontinha central.
Eletromiografia também é
utilizada para um prognóstico para a PB. Mas é indicado para pacientes que
desenvolveram a paralisia facial entre
três dias à duas semanas. Há uma
melhora, mais não uma volta do funcionamento total dos nervos faciais.
50% dos pacientes apresentam boa
recuperação da função.
Em 1972, McCormick postulou que o
Vírus Herpes Simples (VHS), estava associado com a PB. Este vírus se instala no
gânglio geniculado do nervo facial, responsável pela paralisia bilateral e
unilateral. Isto nesta época observaram a associação da paralisia com este
vírus herpes simples por infecção oral.
Com estudos baseados em autópsia,
foi visto que tinha a infecção latente pelo VHS no gânglio geniculado do nervo
facial. Comprovado na maioria dos pacientes analisados.
Em estudos mais profundos como
exames clínicos e laboratoriais, vimos que existem fatores que reativam este
VHS nos gânglios geniculados, são eles:
- Distúrbios de humor
- Estresse
- Exposição ao frio
- Trauma local, entre outros
Ding e colaboradores, fizeram
experimentos em coelhos, os meios externos que colaboram para que haja a
paralisia facial. O congelamento da pele, vasos sanguíneos, nervos faciais,
ossos, cartilagens na região maxilar. Tudo isto foi feito para ver o quanto a
vascularização era afetada nos coelhos.
Schadel, com concluiu que a baixa
temperatura não tem efeito sobrea função motora do nervo facial. Com isto foi
provado que a paralisia é causado por bloqueio térmico de canais de sódio e
potássio.
Hosomi, observou em 90% dos
roedores submetidos a congelamento da membrana timpânica, que houve a melhora
após 35 dias.
Zealear, apresentou resultados
contrários a Hosomi.
Campbell e Brundage, estudaram as
influências do efeito do clima, latitude na PB nos militares norte-americanos.
Eles analisaram 1181 casos, em climas áridos e exposição ao frio e viram que
estes climas podem influenciar a PB. O clima árido dos meses de inverno causa
um trauma na mucosa da nasofaringe que pode reativar o VHS.
Diego e colaboradores, observaram
que a incidência de PB foi menor durante o verão.
TRATAMENTOS
Tendo todos os dados colhidos dos
estudos feitos com todos os indivíduos analisados, tiveram melhoras
significativas mediante de todas as situações adversas.
Em questões de valores, umas
porcentagens significativas dos pacientes tiveram melhoras e estas melhoras
tiveram uma persistência dos resultados desejados. Os pacientes que demoraram
mais, teve 58% no período de 2 meses a melhora. Existiram 30% deles tiveram não
uma melhora total, ficando sequelas, tais como, dor facial, problemas psicológicos.
Neurologistas escoceses,
afirmaram que prescrevem corticosteroide em até 24 horas do início do sintoma.
- 62% dos neurologistas medicam em
até 3 dias.
- 28% dos neurologistas medicam em
até 7 dias.
Apenas 20% deles prescrevem
aciclovir para todos os seus pacientes com PB.
FARMACOLOGIA II
2.5.2 A Taxa de biotransformação
do fígado
A taxa de metabolismo hepático de
uma droga é determinada pelo fluxo de sangue hepático e pela taxa de extração
da droga. A taxa de extração é expressa como uma fração (isto é. De 0 a 1) e
fornece uma indicação de quanto da droga será removido em uma única passagem
pelo fígado (0 indica que nenhuma porção da droga é removida e 1 indica que a
droga é completamente removida). A taxa de extração multiplicada pelo fluxo
hepático é igual ao que pode ser chamado de “liberação hepática” da droga em
questão. A lidocaína é um exemplo de uma droga com uma taxa de extração muito
alta. Portanto, ela não pode ser administrada oralmente, porque o efeito de
primeira passagem eliminaria toda a droga da corrente sanguínea. Outro exemplo
é o trinitrato de glicerila, que deve ser administrado por via sublingual. A
biodisponibilidade dessas drogas é extremamente baixa.
Drogas que exibem uma taxa de
extração muito baixa incluindo a varfarina e a fenitoína, são biotransformadas
a uma taxa muito mais baixa, já que o fígado possui uma menor capacidade para
biotransformar essas drogas, comparada à sua capacidade para biotransformar
aquelas com alta taxa de extração. Uma quantidade muito pequena da droga é
removida numa única passagem pelo fígado.
Certas drogas podem agir como
indutoras, outras como inibidoras das enzimas microssomais do fígado, o que
implica que elas podem aumentar ou diminuir a taxa à qual substâncias, como
outras drogas, são biotransformadas (e, portanto, expelidas) pelo fígado.
Algumas interações entre esses indutores ou inibidores de enzimas importantes
desses indutores e inibidores de enzimas.
Indutores:
- Barbitúricos
- Carbamazepina
- Griseofulvina
Inibidores:
- Cloranfenicol
- Cimetidina
- Ciprofloxacino
- Disulfiram
- Eritrominina
- Isoniazida
- Itraconazol
- Cetoconazol
- Metronidazol
FARMACOLOGIA I
2.5.1 Fases e reações da
biotransformação
O metabolismo do fígado
basicamente causa a biotransformação das moléculas de drogas em produtos
metabólicos (metabólitos) mais polares e hidrossolúveis. Os rins podem então
excretar esses metabólitos, já que a reabsorção tubular não pode mais
acontecer. A maioria das drogas é metabolizada em duas fases:
Fase I: As reações que ocorrem
durante a fase I do metabolismo têm por objetivo exibir ou inserir grupos
funcionais que produzem mais metabólitos polares e hidrossolúveis, que são
menos ativos. A oxidação é a reação mais comum da fase I. A redução e a hidrólise são outras reações da
fase I.
Fase II: Esta fase é
caracterizada por reações de conjugação. Durante essas reações, um conjugado
endógeno (um substrato como o ácido glicurônico) é unido ao grupo polar que foi
adicionado durante a fase I. Os produtos metabólicos resultantes (produtos
conjugados) são totalmente inativos e altamente ionizados. Os rins podem,
portanto, excretar facilmente esses produtos metabólicos.
As moléculas de drogas que já
contém os grupos funcionais geralmente adicionados durante as reações da fase I
entram imediatamente na biotransformação da fase II. As drogas podem até mesmo
ser tomadas na sua forma inativa (as assim chamadas “pró-drogas”) e ser
biotransformadas em metabólitos ativos pelas reações da fase I. Um bom exemplo
de uma droga que requer biotransformação em metabólitos ativos para ser efetiva
é o analgésico opióide tilidina. A tilidina deve, portanto, sempre ser
administrada oralmente, para facilitar o efeito de primeira passagem e otimizar
a sua biotransformação em seu metabólito ativo.
FARMACOLOGIA
2.5 Metabolismo
O Metabolismo pode ser visto como
o terceiro dos quatro processos cinéticos. Exceto pelo efeito da primeira
passagem, as drogas são metabolizadas depois de terem sido absorvidas e
distribuídas.
O fígado é o órgão primário
responsável pelo metabolismo das drogas (ou biotransformação) no organismo. No
entanto, outros tecidos podem também participar do metabolismo de drogas. Estes
incluem os pulmões, rins, pele, córtex adrenal, cérebro e intestinos. As
moléculas de drogas precisam entrar efetivamente nas células do fígado para
acessar as enzimas microssomais do fígado responsáveis pela sua biotransformação.
Isso requer que as suas moléculas sejam polares e consideravelmente
lipossolúveis.
Quase todas as substâncias
endógenas que requerem biotransformação são hidrossolúveis. Os hormônios
esteróides são uma exceção importante. Esses hormônios, juntamente com
moléculas de drogas que em sua maioria se mostram lipossolúveis, passam pela
biotransformação no fígado, já que são capazes de entrar nas células do fígado.
Drogas que possuem estruturas químicas similares às das substâncias endógenas
hidrossolúveis são biotransformadas por enzimas não microssomais ou podem ser
excretadas na sua forma não modificada (original). Essas enzimas são esterases
plasmáticas ou enzimas mitocondriais.
domingo, 21 de dezembro de 2014
PRIAPISMO
É ocasionado por uma ereção
prolongada. Acontecendo com estimulo sexual ou não.
Ocorre na primeira década de
vida, na adolescência que os hormônios estão a flor da pele e também no
decorrer da vida o priapismo pode acontecer.
A ereção pode durar de 3 horas à
6 horas, por isto que quanto mais rápido diagnosticado menos sequelas vai
ficar. Para isto temos que saber a anatomia do pênis. O priapismo acontece em
um região específica.
Aparelho genital masculina:
- Glande
- Corpo do pênis
- Bolsa escrotal
- Testículos
- Corpos cavernosos, são
responsáveis pela irrigação do membro em uma ereção.
Quando há uma ereção com estímulo
ou sem estímulo, com uma duração de 3 horas à 6 horas, patologicamente será
diagnosticado como priapismo. Ele acontece nos corpos cavernosos.
Em 1934, foi diagnosticado o
priapismo, como uma complicação urológica em pacientes com doença falciforme. Nesta
época foi descrito a complicação urológica aguda como priapismo, que tem como
causa uma ereção prolongada, dolorosa e persistente.
CAUSAS E SINTOMAS
Acomete de 30% à 45% dos
portadores da doença falciforme. Este evento acontece mais a partir dos 12 anos
de idade, no período noturno.
Ele pode ocorrer de horas,
semanas ou meses. Podendo acontecer desde uma masturbação, ato sexual, ingestão
de álcool ou ereção espontânea. Temos dois tipos principais de priapismo:
Priapismo Isquêmico: Baixo fluxo
ou veno-oclusivo. Neste caso existe isquemia tecidual, estase vascular,
gasometria dos corpos cavernosos levando a acidose metabólica. Quando é feito a
retirada do sangue coagulado nos corpos cavernosos ele tem coloração vermelho
escuro.
Priapismo não isquêmico: Alto
fluxo ou arterial. Esta ereção não tem dor, por tanto é quase imperceptível,
pode vir com um relato de trauma peniano ou perineal.
Uma observação muito importante:
Isquêmico: A coloração do sangue
quando aspirado dos corpos será vermelho escuro, porque tem baixa concentração
de oxigênio (O2).
Não Isquêmico: A coloração do
sangue acumulado nos corpos quando aspirados será vermelho claro, porque tem
alta concentração de O2.
Então podemos definir que quando
há trauma perineal, acontecerá o priapismo não isquêmico.
Para que aconteça um diagnóstico
exato tem que ter exames específicos como hemogramas, gasométrica. Fazendo um
diagnóstico de doença falciforme ajuda para a melhor do paciente.
Sabendo qual o tipo de priapismo
que acometeu o paciente, temos como fazer exames mais detalhados para saber em
grau esta o comprometimento do membro, os exames mais específicos são:
ultra-sonografia, arteriografia.
Quando é o priapismo não
isquêmico não é indicado a cirurgia, mas com um tratamento com o um gel
absorvível.
Tratamento cirúrgico, esvazia se
por punção os corpos cavernosos, podendo fazer a lavagem com soro fisiológico.
Este tipo de doença que etamos
explicando, pode ser associado a trauma do parto, síndrome do estresse
respiratório e sífilis congênita. Não existe uma porcentagem substancial para
ser contabilizado e entrado nas estatísticas.
Alguns medicamentos utilizados pelos
adultos, podem desencadear:
- Anticoagulantes com Warfarina;
- Anti-hipertensivos com a
Nifedipina;
- Antidepressivos com o Diazepam;
- Drogas recreativas como a Cocaína,
Marijuana;
- Antipsicóticos;
Com toda esta informação, agora
você poderá ficar de olho e se tiver alguma dúvida procure seu médico
urologista ou um farmacêutico (professionais da saúde).
domingo, 14 de dezembro de 2014
AUTOMEDICAÇÃO "O PERIGO AO ALCANCE DAS SUAS MÃOS"
Automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria
ou indicação de pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujo os
sintomas são percebidos pelo usuário, sem avaliação previa de um profissional
da saúde.
Os medicamentos mais usados na automedicação:
Tylenol
Paracetamol, diminui a febre e reduz a dor. Este medicamento
deve ser utilizado sobre prescrição médica. Precauções: Pessoas que tem doenças
do coração, rins e fígado não poderão fazer uso deste medicamento.
Dipirona sódica, é contra indicado nos três primeiros meses
e os três últimos meses de gravidez. Deve-se evitar a amamentação durante 48 horas
da administração. Aparecendo reações alérgicas ou outros tipos de sintomas e
sinais tem que informar seu médico.
Ácido Acetilsalicílico, deve ser colocado na boca e deixe
dissolver. Se tiver alguma reação adversa com AAS, tem que falar com seu
médico, para ele prescrever outro medicamento que não contenha este componente
na fórmula. O AAS não poderá ser utilizado em gestantes ou lactantes, qualquer
coisa avise seu médico.
Ibuprofeno, não pode ser utilizado quando a pessoa tiver
qualquer tipo de úlcera ou sangramento interno. Quando já tiver algum sintoma
causado por um outro medicamento, não fazer uso deste medicamento.
Citrato de Sildenafila, é utilizado para a pressão alta dos
vasos sanguíneos dos pulmões de insuficiência pulmonar. Também utilizado para o
tratamento de disfunção erétil, que se entende de ter uma ereção ou manter uma ereção
satisfatória. Não pode ser tomado por crianças e por mulheres grávidas.
Dipirona sódica + Mucato de isometeptino + Cafeina, é
utilizado para dor e febre. Além disso quem tem a pré-disposição à asma e
urticária tem que consultar seu médico. Este medicamento é indicado mais para
pessoas que estão com enxaquecas, quando for só uma dor ou febre é utilizado um
outro que não seja um composto.
Anticoncepcionais, não pode ser usado se tiver alergia ao
medicamento, doenças do fígado grave, sangramento vaginal de origem
desconhecida. Contraceptivos não evita doenças HIV (AIDS). A mulher que utiliza
o contraceptivo, tem que seguir a orientação do seu médico. Em caso de mulheres
fumantes o risco de trombose aumenta.
Pílula do dia seguinte, tem que ser usado como método
emergencial de prevenção. Este medicamento é uma dose com excesso de hormônio.
CUIDADO COM O PARACETAMOL
Na Grã-Bretanha, é usado para suicídios. Tomando mas de
quatro gramas diárias ou dez comprimidos de paracetamol, em cinco dias, seu
fígado fica destruído.
Usar medicamento sem orientação adequada é um risco a saúde,
a automedicação pode mascarar um problema mais sério. O correto é sempre
procurar um médico ou um farmacêutico de sua confiança.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
A DUPLA HÉLICE
SINOPSE
Esta descoberta da dupla hélice
originou este livro que ganhou o prêmio Nobel
Tudo começa em 1953, com um grupo
de amigos jovens que Francis Crick e James D. Watson participavam. No século
XX, esta descoberta maravilhosa se originou várias tentativas fracassadas até
chegar no modelo que atualmente é estudo.
Nesta época Linus Pauling definiu
algumas teorias, que mais para o futuro as pessoas iriam seguir como uma
diretriz dentro da biologia e da ciência.
Mas antes disto acontecer, alguns
jovens começaram a tentar a desvendar a composição desde o começo até o que nós
conhecemos do DNA. Começou desde o momento da composição química, estrutural,
combinações de proteínas, para começar a montar o primeiro modelo a ser
estudado.
Descobriram que na composição do
DNA tinham Adenina, Citosina, Guanina e Timina, depois disto começaram as combinações
delas entre elas. Quando descobriram estas estruturas químicas, pensaram em
fazer as combinações para formar as cadeias do DNA, mas viram que estas
estruturas são específicas, que cada uma são ligadas com seu par específico.
Neste momento começou a competição, rivalidade, tensões e disputar. Quem iria
descobrir primeiro?
Começaram a serem convidados para
participarem de simpósios tanto para assistir quanto para ministrar sobre suas
descobertas até aquele momento, mas também estes simpósios também eram para
fazer contato da sua área. Nestes simpósios tinham pessoas de diversas áreas
como por exemplo: químicos, geneticistas, físicos, biólogos entre outros.
Mas dependendo do simpósio eles
iriam para fazer contatos, porque muitas vezes não era da área estudada deles,
então muitos estudantes pesquisadores foram e já queriam voltar para continuar
estudando para ver se encontrasse mais respostas para suas perguntas,
lembrando-se que tinham disputas entre eles para quem iria encontrar primeiro a
estrutura real do DNA ou a descoberta que cada um estava empenhado. Porque se a
descoberta for finalizada com êxito ela e seu nome seriam publicados em
revistas bem conceituadas da época.
Com isto os estudantes que
trabalhavam em cima de uma futura descoberta também lutavam para que eles não
ficariam sem a bolsa de estudos para continuar suas descobertas. Neste período
teve viagens que estudantes asseguravam suas permanências até terminar suas
descobertas.
Isto também originou várias
discussões e desarranjos entre eles mesmos. Fizeram várias amizades com
interesse para ajudar em seus estudos.
Estudaram os ácidos nucleicos,
estruturas helicoidais, os encaixes guaninas – citosina – timina – adenina.
Fizeram modelos com as estruturas até chegar num modelo final que resulta no
que conhecemos e estudamos até hoje.
James D. Watson ganhou o Prêmio
Nobel
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
AUTOMEDICAÇÃO "O MAL DA SOCIEDADE"
A maioria das interações hospitalares são decorrentes das automedicações e principalmente das reações adversas que ele a comete. De acordo com o Sinitox, a intoxicação por medicamentos ficaram em primeiro lugar. Com a pesquisa da Sinitox em 2002, foi registrado que 26,9% de intoxicação registradas no pais.
O diretor da Anvisa, vendo que a venda indiscriminada de medicamentos percebeu que estavam promovendo a automedicação que é uma coisa prejudicial.
A Anvisa em 2005, criou a venda fracionada de medicamentos, isto reduziu a intoxicação causa pela automedicação. Esta venda fracionada também ajudou a diminuição da compra excessiva de medicamentos em grande quantidade sem a necessidade.
A população é induzida a automedicação, pelas propagandas feitas na TV. Por isto que devemos procurar um profissional da saúde para nos instruir adequadamente, com isto ocorre a diminuição da automedicação da população. A Anvisa vai rever a resolução n. 102 de 2000, que se refere a publicação de medicamentos. É muito perigoso a automedicação.
As propagandas promovem a automedicação dos pacientes, desde uma dor de cabeça até uma doença mais grave. O Sinitox em 2003, registrou que 28% da população desenvolvia a automedicação, porque na real não sabemos o que temos.
Esta prática tão comum entre nós podendo levar nosso organismo criar resistência, isto pode acontecer quando nós tomamos medicamentos de forma errada. Tanto quando tomamos medicamentos, quando paramos de tomar antes do tempo certo ou previsto. Aumentando a resistência da bactéria em nosso organismo.
A Anvisa criou um programa chamado Educanvisa, que ajuda com brincadeiras o uso correto de medicamento, é uma forma de educar a população.
AUTOMEDICACAO PODE AFETAR O BEBÊ
60% das grávidas tomam medicamentos e não sabem que pode ser prejudicial a elas e ao bebê.
As gestantes com a automedicação não tem dimensão que pode causar uma má-formação fetal, dando enfoque na parte cardíaca do feto.
Entre 3 em 10 gestantes recorrem a este meio, do 1. ao 3. mês o feto pesa 100 gramas e esta em divisão celular.
699 mulheres e 60% delas consomem dipirona e paracetamol, sem consultar seu ginecologista e obstetra.
Quem uso anticonvulsivantes nestes meses tem que parar.
3.200 medicamentos são usados em gestações.
Idosos, crianças e gestantes tem o sistema imunológico lento ou frágil. A automedicação pode afetar o Sistema Nervoso Central (SNC) do bebê, formação cardíaca e retarda o parto.
A gestantes não presta atenção na doses da medicação, se tiver dúvidas em dosagem ligue para seu medico.
Obs: Nas próximas publicações vou colocar mais do assunto, explorando os medicamentos para utilizados na automedicação em geral.
CANNABIS - EXTRATO DA MACONHA
A cannabis sativa participa de um
grupo de drogas alucinógenas.
Atuando no Sistema Nervoso
Central (SNC), psicodislépticas (são aquelas que causam alterações na percepção
e provocam distúrbios no funcionamento do cérebro).
De acordo com pesquisa do Kaplan,
Sadock entre outros, a maconha têm 60 componentes reconhecidos até hoje. O
delta 9 – tetrahidrocanabidinol (THC), esta substância é abundante e que causa
atividade dentre as reações da cannabis sativa dentro do SNC do indivíduo.
Em todos componentes da maconha
desde a folha, flor, caule, temos canabinóides psicoativos, mas é encontrado em
grande quantidade o THC. Os efeitos da cannabis sativa (maconha) vai depender
do cultivo, colheita, armazenamento. Pelos efeitos desejados pelos indivíduos
que utilizam este princípio ativo.
Foi descoberto que a cannabis
sativa pode ser usado pelos seus efeitos analgésicos, anticonvulsivantes,
hipnóticos. Ela é utilizada desde o final do século XIX e começo do século XX. É
utilizado a cannabis pelo THC componente ativo em pacientes com AIDS, para a
estimulação alimentar e também em outras doenças.
Perante pesquisas com usuários
que tinham acabado de largar o crack, eles começaram a substituir pela cannabis
e tiveram o resultado que a maconha poderia ter fins terapêuticos. Mediante a
este acontecimento vamos ver abaixo questões jurídicas:
Na lei n. 6.368/76 (lei de
tóxicos), no art. 12, que abrange a importação, fabricação, venda, transporte,
guarda, consumo, dentre outras coisas.
A ANVISA, amostra em documentos
oficiais é proibido esta substância no Brasil, porque ela nunca vem pura, sempre misturada e está registrada na
portaria 344/98 na lista F2.
A Infarmed (Instituto Nacional da
Farmácia e de Medicamento), autoriza Portugal a plantar cannabis para
medicamentos utilizados para o Reino Unido. Então Portugal poderá plantar até
um 1 ano à cannabis, foi considerado pela infarmed. Esta autorização foi cada
em setembro e publicada por um aviso n. 10618/2014, que neste aviso explica e
autoriza a plantação de cannabis sativa.
A população ficou indignada e
enviou um documento e obteve resposta pela infarmed.
Que explicou a sociedade, que
100% da cannabis sativa será exportada do Reino Unido, para fim terapêutico.
Estes medicamentos utilizados serão para aliviar as dores derivadas da doença
oncológica, na esclerose múltipla e na epilepsia.
A indústria farmacêutica, já
criou um medicamento chamado Sativex que possui o extrato de Cannabis chamado
Canabinóides.
- Sativex, utilizado para melhorar
os sintomas relacionados com a rigidez muscular, também chamado espasticidade,
na esclerose múltipla (EM). O laboratório do Reino Unido que é detentor do
sativex.
Hoje em dia a Anvisa já recebeu
desde abril deste ano 167 pedidos para a importação de canabidiol (CNB), para
uso pessoal. Os 113 pedidos foram aprovados e o restante estão arquivados
esperando documentos ou por falecimento do indivíduo.
Este princípio ativo canabidiol
tem efeitos positivos em pacientes com mal de Parkinson, ansiedade,
esquizofrenia e alguns transtornos do sono.
Ficou conhecido e começou a
discussão no mundo o CDB, por causa de uma mãe, que foi a justiça pedir
autorização para usar o medicamento para a filha Ane, de 6 anos. Segunda
Katiele Fisher (mãe), contou que Ane tinha 80 convulsões por semana, depois que
passou a usar canabidiol esses eventos pararam de acontecer.
Se existir pessoas que precisam
deste serviço, podem entram no site da ANVISA que terá uma lista de documentos
que precisam ter para a solicitação do pedido de canabidiol.
domingo, 7 de dezembro de 2014
FARMACOLOGIA XVIII
2.4 O Término da ação da droga
A ação de drogas absorvidas pode
ser interrompida (ou terminada) de várias maneiras:
A ação da droga pode ser
terminada por biotransformação: As enzimas microssomais do fígado e as enzimas
não microssomais de outros tecidos podem detoxificar e inativar as drogas na
circulação.
As drogas podem ser excretadas
pelos rins, pulmões e fígado (excreção biliar) e nas secreções corporais: A
excreção de drogas pelo leite materno foi descrito nos parágrafos anteriores.
Drogas de natureza volátil são excretadas em parte pelos pulmões. Secreções
nasais, saliva e suor podem conter as moléculas secretadas de certas drogas.
A ação da droga pode ser
diminuída ou terminada por diferentes mecanismos. Outros mecanismos para o
término da ação da droga incluem:
Redistribuição: Drogas com altos
valores de distribuição podem ser redistribuídas para áreas de outros tecidos.
Por exemplo, o agente anestésico altamente lipossolúvel tiopental sódico é
rapidamente distribuído para órgãos altamente perfundidos (o anestésico atinge
o sistema nervoso central [SNC] suficientemente rápido para induzir a anestesia
geral). De lá, ele se difunde para os músculos esqueléticos e tecido adiposo de
maneira mais lenta. A droga então precisa se difundir novamente para a
circulação central para ser eliminada. Mesmo que o paciente possa se recuperar
da anestesia de maneira mais ou menos rápida, a recuperação total para um
estado de vigília e habilidade mental completas pode levar várias horas.
Tolerância: O desenvolvimento de
tolerância a uma droga foi discutido nos textos passados.
Antagonismo de drogas: As ações
de certas drogas podem ser terminadas por meio do uso de antagonistas. As ações
de um agonista, por exemplo, podem ser terminadas por meio do uso de seu
correspondente antagonista competitivo.
A eliminação é o processo por
meio do qual a ação da droga é terminada por biotransformação ou excreção. Os
processos de eliminação de certas drogas podem ficar saturados. Essas drogas
irão acumular-se na corrente sanguínea se suas taxas de absorção excederem suas
taxas de eliminação, e elas podem atingir níveis plasmáticos tóxicos. Diz-se
que drogas como essas seguem a cinética de eliminação de ordem zero. A maioria
das drogas, no entanto, segue a cinética de eliminação de primeira ordem.
FARMACOLOGIA XVII
2.3 Distribuição
A corrente sanguínea transporta
as moléculas da droga não apenas para seus sítios de ação (ou áreas-alvo), mas
também para seus sítios de eliminação. A distribuição da droga é o movimento da
droga a partir da circulação. As moléculas da droga são transportadas na sua
forma livre ou ligadas e proteínas plasmáticas. Moléculas em sua forma livre
são farmacologicamente ativas e capazes de atravessar membranas.
Moléculas que estão ligadas a
proteínas plasmáticas são farmacologicamente inativas e não podem sair da
circulação sem antes ser “liberadas” de suas ligações. Quase todas as drogas
ligam-se parcialmente a proteínas plasmáticas, algumas em menos e outras em
maior grau, enquanto são transportadas pela corrente sanguínea.
Certas drogas podem até mesmo
competir por sítio de ligação nas proteínas plasmáticas. A varfarina é um bom
exemplo de uma droga que aparece quase completamente ligada a proteínas
plasmáticas (até 98%).
Moléculas de drogas não são
distribuídas em quantidades iguais para todos os tecidos e órgãos no organismo.
Em vez disso, os órgãos que recebem porcentagens maiores do débito cardíaco
total receberão também inicialmente porcentagens maiores das doses da droga
absorvida:
Os pulmões recebem 100% do débito
do ventrículo direito
Em descanso, 80% do débito do
ventrículo esquerdo são distribuídos entre os órgãos que são particularmente
vascularizados (ricos em vasos sanguíneos). Estes são: o cérebro, o miocárdio,
as glândulas adrenais, a glândula tireoide, o fígado e os rins. Os rins recebem
25% de todo o débito do ventrículo esquerdo.
Durante os últimos estágios da
gestação, o útero e a placenta podem ser incluídos na lista acima.
A distribuição para outros
tecidos ocorre na seguinte ordem: tecido muscular esquelético, em seguida, a
pele e o tecido adiposo e, finalmente, as estruturas avasculares (que não
contêm vasos sanguíneos) como os ligamentos, tendões e cartilagens.
A extensão da distribuição de uma
droga no organismo pode ser expressa como o volume aparente de distribuição
(Vd) da droga. Esse é o volume no qual a dose específica de droga precisará ser
dissolvida para que alcance a mesma concentração que alcança o plasma. Drogas
que penetram no compartimento intracelular, portanto, apresentam maiores
volumes aparentes de distribuição, enquanto drogas que estão muito ligadas a
proteínas plasmáticas exibem volumes de distribuição muito menores.
FARMACOLOGIA XVI
2.2.3 A biodisponibilidade
sistêmica
Apenas uma fração da dose da
droga alcança de fato a circulação sistêmica depois da administração oral. Uma
razão para isso é que nem todas as moléculas da droga são de fato absorvidas no
trato GI (por causa do tamanho das moléculas, seu grau de ionização e
lipossolubilidade, a qualidade do fluxo sanguíneo mesentérico, etc.). Outro
fator muito importante é a biotransformação das moléculas da droga na sua
primeira passagem pelo fígado. Todas as moléculas da droga absorvidas passam
pelo fígado uma primeira vez. O fígado pode até eliminar uma porcentagem
significativa das moléculas de droga em seu caminho para a veia cava inferior.
Em suas passagens subsequentes pelo fígado, frações menores da droga absorvida
serão biotransformadas.
A biodisponibilidade sistêmica de
uma droga é a fração (ou porcentagem) da dose administrada oralmente que, de
fato, alcança a circulação sanguínea sistêmica.
Para a injeção intravenosa, em
que a absorção não precisa acontecer e a dose inteira é introduzida na
circulação, biodisponibilidade é de 100% (ou 1,0). Outras vias de administração
estão associadas com frações menores que 1,0.
FARMACOLOGIA XV
2.2.2 A Absorção da droga
Como já mencionado, as moléculas
das drogas devem possuir certas prioridades físico-químicas que lhes permitam
penetrar ou atravessar as membranas biológicas. No entanto, há uma série de
outros fatores que também determinam a taxa e o nível de absorção da droga a
partir de vários sítios de administração:
Capacidade de se dissolver: A
administração oral requer que as moléculas da droga, tanto as hidrossolúveis
como as lipossolúveis, dissolvam-se primeiramente em água. Drogas que são
altamente lipossolúveis e, portanto, não são capazes desse dissolver em água,
não serão absorvidas a partir do trato GI(por exemplo, parafina líquida).
Drogas que são muito hidrossolúveis (como os aminoglicosídeos) não conseguem se
difundir através da fase lipídica da membrana plasmática e também não serão
absorvidas de maneira significativa pelo trato GI.
Superfície de absorção: O
estômago não se compara ao intestino delgado e às membranas respiratórias em
termos de áreas de superfície. Quanto maior fora área de superfície disponível
para a absorção da droga, melhor será a absorção real (às vezes
independentemente de outras características físico-químicas). Quando o
esvaziamento gástrico é retardado por causa da presença de alimento no
estômago, a absorção das drogas administradas oralmente também será retardada.
Perfusão: A absorção a partir de
qualquer sítio de administração pode ser limitada quando a perfusão do sítio em
questão é inadequada. Quando a perfusão da pele e do tecido adiposo é pobre
graças à presença de um choque circulatório, um adesivo transdérmico para a
pele ou uma injeção subcutânea podem ser muito ineficientes na administração
sistêmica de uma droga. De maneira similar, a administração intramuscular de
drogas em pacientes que sofreram um trauma de queimadura severo é
contra-indicada, por causa do fato de que os tecidos periféricos estão
recebendo uma perfusão pobre. Isso pode fazer com que as drogas injetadas se
acumulem no tecido muscular esquelético.
Barreiras biológicas especiais:
As moléculas de drogas podem se deparar com barreiras biológicas altamente
especializadas e muito difíceis de penetrar. Apenas drogas com um grau
relativamente alto de lipossolubilidade são capazes de penetrar a barreira
hematoencefálica, por exemplo. As glândulas tiroide e próstata também são
notoriamente de difícil penetração para as drogas. A barreira placentária, por
outro lado, é bastante ineficiente como barreira em termos farmacológicos, como
também são os endotélios dos capilares e os vasos glomerulares. Apenas drogas
que estão ligadas a proteínas plasmáticas terão dificuldades de atravessar
essas membranas.
FARMACOLOGIA XIV
2.2.1 A Membrana plasmática das
células e como as drogas a atravessam
Membranas dinâmicas, finas e
flexíveis que separam os ambientes interno e externo que envolvem as células e
suas organelas intracelulares. As membranas plasmáticas formam barreiras entre
os compartimentos líquidos intracelular e extracelular das células dos tecidos,
A permeabilidade seletiva da membrana permite que existam diferenças na
composição dos líquidos intracelular e extracelular. Os íons de sódio, por
exemplo, são encontrados em concentrações muito mais altas no líquido
extracelular do que no intracelular. O oposto é verdadeiro para os íons de
potássio.
A membrana plasmática é composta
de duas camadas de moléculas de fosfolipídios, intercaladas com moléculas de
colesterol e proteínas globulares de membrana.
Moléculas de carboidratos
projetam-se para fora da superfície da membrana. Essa camada bimolecular tem a
espessura de apenas 10 nm.
As moléculas de fosfolipídios possuem uma
configuração característica de “cabeça” e “dupla cauda”. Um grupo fosfato polar
e hidrofílico (hidrossolúvel) forma a parte da cabeça, enquanto a dupla causa é
constituída de duas cadeias de ácido graxos polares e hidrofóbicas
(lipossolúvel). As duas camadas de moléculas de fosfolipídios, graças a suas
características fisico-químicas especificas, estão orientadas de maneira a
permitir que as cabeças façam fronteira com as duas fases aquosas (os meios
intra e extracelulares). Isso significa que as caudas hidrofóbicas estão
orientadas uma em direção à outra e constituem a fase lipídica da membrana.
A proteínas de membrana se encaixam
em um desses dois grupos: proteínas integrais ou proteínas periféricas. As
proteínas transmembrana são proteína integrais que atravessam toda a espessura
da membrana. Elas podem ser também divididas em proteínas carregadoras e
proteínas de canal. As proteínas periféricas são encontradas na superfície
interna ou na parte externa da membrana. Na superfície interna, essas proteínas
estão geralmente ligadas a proteínas integrais e estão envolvidas na
transdução de sinais, e na regulação e controle das funções intracelulares.
Algumas proteínas de membrana
também agem como enzimas catalíticas. Catalisadores elevam a taxa de reações
químicas sem tomar parte na reação e sem estar presentes em qualquer de seus
produtos. Essas enzimas catalisam várias reações celulares.
Proteínas de canal formam
pequenos poros ou canais aquosos na membrana. Esses canais servem de passagem
para que moléculas polares e íons selecionados atravessem a membrana. Essas
moléculas, entretanto, precisam ser extremamente pequenas (ou seja, devem ter
massa molecular igual ou menor que 100). Os canais que permitem a passagem de
cátions e ânions específicos através da membrana são chamados canais de íons.
Esses canais podem ser controlados (por meio de voltagem ou de ligantes) para
regular o movimento de íons através deles. Moléculas de água também atravessam
a membrana por esses canais ou poros. Proteínas carregadoras, por outro lado,
estão envolvidas no transporte ativo de moléculas ou íons, ou na difusão
facilitada e na troca dessas partículas.
Moléculas de carboidratos na
superfície da célula podem estar ligadas a lipídios, para formar glicolipídios,
ou a proteínas, para formar glicoproteínas ou proteoglicanas. As proteínas, com
seus constituintes de carboidratos, conferem à membrana uma carga negativa
voltada ao exterior e também fornecem os sítios receptores tridimensionais
exclusivos aos quais os hormônios, os neurotransmissores e os autacóides podem
se ligar.
As características especiais da
membrana plasmática explicam a sua permeabilidade seletiva. As moléculas de
drogas, que são estranhas ao organismo humano, precisam utilizar os processos
de transporte disponíveis que lhes permitirão atravessa de fato essas
membranas. Portanto, as vias pelas quais as moléculas das drogas podem
atravessar a membrana plasmática incluem:
Difusão passiva simples: Esse
processo de transporte não requer energia celular, já que as moléculas possuem
uma energia cinética inerente que as move ao longo de seus gradientes de
concentração a partir de uma área de concentração mais alta para uma área de
concentração mais baixa. Moléculas lipossolúveis pequenas e apolares, como os
gases respiratórios O2 e CO2, atravessam a fase lipídica com facilidade,
utilizando a difusão lipídica simples e passiva. Canais controlados de íons
permitem que cátions e ânions selecionados se difundam através deles, ao longo de
seus gradientes eletroquímicos. Moléculas polares e hidrossolúveis que são
suficientemente pequenas podem, portanto, mover-se facilmente através de canais
ou poros na membrana também por difusão passiva, mas isso é chamado de difusão
aquosa. Uma molécula de CO2 tem uma massa molecular relativa de 44, enquanto a
água tem uma massa molecular de apenas 18. Para comparação, uma molécula de
glicose tem uma massa molecular de 180, e a proteína plasmática albumina tem
uma massa molecular entre 68.000 e 69.000.
Difusão facilitada: Os carregadores
estão envolvidos na movimentação de moléculas maiores que são incapazes de
simplesmente difundir-se pela fase lipídica e através da membrana. O processo
não requer energia celular.
Transporte ativo: algumas
moléculas requerem transporte através da membrana plasmática contra seus
gradientes de concentração. Para executar essa tarefa, energias e proteínas
carregadoras são necessárias. A bomba NA+ K+ ATPase é um excelente exemplo de um processo
de transporte ativo. Ela utiliza diretamente a adenosina trifosfato (ATP). A
adenosina trifosfato (ATPase) é uma enzima ligada à membrana que atua como
carregadora. Essa bomba ajuda a manter a alta concentração intracelular do íon
potássio e a alta concentração extracelular do íon sódio.
Proteínas carregadoras exibem
especificidade por seus substratos particulares (as substâncias que elas
geralmente carregam) e podem ficar saturadas. As drogas que utilizam
carregadores de transporte precisam assemelhar-se aos substratos em questão e
competição com as substâncias naturais que deveriam ser carregadas. O número de
drogas que atendem os requisitos estruturais para o transporte carreado é muito
limitado.
A partir da explicação supracitada,
torna-se claro que certas propriedades físico-químicas das moléculas das drogas
determinarão também sua habilidade de atravessar as membranas plasmáticas (ou
outras barreiras biológicas mais especializadas). Essas características são:
Lipossolubilidade: Drogas que são
mais lipossolúveis tendem a penetrar as membranas plasmáticas mais facilmente.
A propriedade físico-química em questão e a do coeficiente de partição
lipídio-água da droga, que expressa a solubilidade relativa da droga em
lipídios, em oposição à água. Drogas com altos coeficientes de partição são
denominadas lipossolúveis. Aqueles que têm o coeficiente acentuadamente abaixo
de 0,1 são ditas hidrossolúveis. Drogas lipossolúveis podem ainda, entretanto,
dissolver-se facilmente em água. Apenas moléculas não ionizadas são
lipossolúveis. Moléculas de drogas hidrossolúveis que são suficientemente
pequenas podem atravessar as membranas plasmáticas por meio de difusão aquosa
por canais ou poros na membrana. O etanol, por exemplo, tem uma massa molecular
menor que 50.
Tamanho das moléculas das drogas:
A maioria das drogas tem massas moleculares relativas muito baixa (menores que 1.500,
com a maioria apresentando de fato massas moleculares menores que 500). Mesmo
no caso de drogas lipossolúveis, quanto maior a massa molecular mais difícil
será a passagem das moléculas através da membrana plasmática. Assim, quanto
menor o tamanho de suas moléculas mais facilmente as drogas atravessarão as
membranas plasmáticas.
Ionização das moléculas das
drogas: Moléculas carregadas, ou as altamente polares, podem apresentar cargas
que são complementares à superfície glicoproteína da membrana plasmática,
tornando difícil a sua passagem do compartimento extracelular para o
intracelular. Moléculas que apresentam cargas similares àquelas da superfície
celular podem ser repelidas. Moléculas que não apresentam cargas ou exibem
polaridade são denominadas moléculas não ionizadas ou apolares. Essas moléculas
são capazes de atravessar as membranas muito mais facilmente do que as que
possuem cargas. A parafina líquida, por exemplo, apresenta grandes moléculas
orgânicas que carregam grupos hidrofóbicos. Mesmo sendo uma substância
altamente lipossolúvel, ela não é absorvida no trato GI graças ao fato de que
os grupos hidrofílicos encontrados nas superfícies das membranas plasmáticas
repelem suas grandes moléculas hidrofóbicas.
O pH intracelular (7,0) é menor
do que o pH do meio extracelular (7,35).
Mais íons hidrogênio (íon H+, ou
prótons) são, portanto, encontrados dentro das células. O pH do meio ao redor
determina o nível em que as moléculas das drogas presentes nesse meio serão
ionizadas. A maior parte das drogas é de ácidos ou base fracas. Ácidos são
doadores de prótons e se ionizam liberando íons hidrogênio, isto é, ácidos se
ionizam por meio de dissociação; HA = A- + H+.
Bases se ionizam por meio de associação,
pois são aceptores de prótons (BH+ = B + H+). As drogas se acumularão
no lugar onde se ionizam (um fenômeno conhecido como “captura de íons”). Drogas
ácidas, portanto, tendem a permanecer no meio extracelular, enquanto drogas
básicas tendem a se acumular no compartilhamento intracelular. O grau de ionização
das moléculas de uma droga é determinado pelo pH do meio ao seu redor e pelo
pKa da droga (o pH no qual metade das moléculas da droga está ionizada).
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