2.1.4 Outras membranas mucosas
utilizadas na absorção das drogas
As outras membranas mucosas que
podem ser utilizadas na absorção de moléculas de drogas são aquelas dos pulmões
e da cavidade nasal.
Mucosa nasal: A membranas mucosas
nasais são relativamente ineficientes como superfícies de absorção para
moléculas de drogas, uma vez que grandes porcentagens das doses aplicadas
frequentemente se perdem. A membrana mucosa nasal, entretanto, fornece uma via
efetiva e conveniente para a administração de pequenas moléculas de peptídeos,
como a desmopressina. As preparações nasais, utilizadas por seus efeitos locais
em rinite alérgicas e sinusites, são também borrifadas dentro das passagens
nasais por meio das narinas.
Mucosa pulmonar: A membrana
respiratória (as membranas alveolares e capilares combinadas) mede
aproximadamente 0,5 micrometro de espessura, o que faz 100 vezes mais delgadas
do que a pele. Por minuto, a circulação pulmonar recebe uma carga do coração
equivalente a toda a carga recebida pelo resto do organismo. Em área de
superfície total, a superfície dos pulmões – ao redor de 160 a 200 m2 – é
comparável à do intestino delgado. A membrana respiratória forma a barreira
alvéolo-capilar funcional entre a circulação pulmonar e o ar atmosférico, que
entra e sai das unidades respiratórias dos pulmões. Os gases respiratórios (O2
e CO2) se difundem através dessa barreira.
A combinação da fina membrana
respiratória, a vasta área de superfície alveolar e o bom suprimento de sangue
pulmonar faz das membranas mucosas pulmonares superfícies de absorção
excepcionalmente boas. As drogas de ressuscitação cardíaca de emergência
adrenalina, atropina e lidocaína podem, portanto, ser administradas por meio de
tubos endotraqueais, utilizando a enorme área da superfície alveolar para
absorção dentro da circulação sistêmica. Drogas que agem no próprio tecido
pulmonar também podem ser administradas diretamente em seu sítio de ação. Em
bebês prematuros, surfactante é administrado por meio dessa mesma via. Para uma
melhor utilização dessa via de administração, as partículas das drogas precisam
ser suficientemente pequenas para permanecer em suspensão enquanto passam
através das vias aéreas inferior.
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