2.2.2 A Absorção da droga
Como já mencionado, as moléculas
das drogas devem possuir certas prioridades físico-químicas que lhes permitam
penetrar ou atravessar as membranas biológicas. No entanto, há uma série de
outros fatores que também determinam a taxa e o nível de absorção da droga a
partir de vários sítios de administração:
Capacidade de se dissolver: A
administração oral requer que as moléculas da droga, tanto as hidrossolúveis
como as lipossolúveis, dissolvam-se primeiramente em água. Drogas que são
altamente lipossolúveis e, portanto, não são capazes desse dissolver em água,
não serão absorvidas a partir do trato GI(por exemplo, parafina líquida).
Drogas que são muito hidrossolúveis (como os aminoglicosídeos) não conseguem se
difundir através da fase lipídica da membrana plasmática e também não serão
absorvidas de maneira significativa pelo trato GI.
Superfície de absorção: O
estômago não se compara ao intestino delgado e às membranas respiratórias em
termos de áreas de superfície. Quanto maior fora área de superfície disponível
para a absorção da droga, melhor será a absorção real (às vezes
independentemente de outras características físico-químicas). Quando o
esvaziamento gástrico é retardado por causa da presença de alimento no
estômago, a absorção das drogas administradas oralmente também será retardada.
Perfusão: A absorção a partir de
qualquer sítio de administração pode ser limitada quando a perfusão do sítio em
questão é inadequada. Quando a perfusão da pele e do tecido adiposo é pobre
graças à presença de um choque circulatório, um adesivo transdérmico para a
pele ou uma injeção subcutânea podem ser muito ineficientes na administração
sistêmica de uma droga. De maneira similar, a administração intramuscular de
drogas em pacientes que sofreram um trauma de queimadura severo é
contra-indicada, por causa do fato de que os tecidos periféricos estão
recebendo uma perfusão pobre. Isso pode fazer com que as drogas injetadas se
acumulem no tecido muscular esquelético.
Barreiras biológicas especiais:
As moléculas de drogas podem se deparar com barreiras biológicas altamente
especializadas e muito difíceis de penetrar. Apenas drogas com um grau
relativamente alto de lipossolubilidade são capazes de penetrar a barreira
hematoencefálica, por exemplo. As glândulas tiroide e próstata também são
notoriamente de difícil penetração para as drogas. A barreira placentária, por
outro lado, é bastante ineficiente como barreira em termos farmacológicos, como
também são os endotélios dos capilares e os vasos glomerulares. Apenas drogas
que estão ligadas a proteínas plasmáticas terão dificuldades de atravessar
essas membranas.
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