As drogas e seus metabólitos
podem ser ativamente transportadas a partir da corrente sanguínea pela a
vesícula biliar. O fígado age como um órgão excretor para substâncias altamente
polares (isto é, substâncias que são hidrossolúveis), com massas moleculares de
300 a 350. Certas moléculas de drogas que passaram por conjugação com o ácido
glicurônico (isto é, conjugados glicurônidos), como os metabólitos da
eritromicina e do cloranfenicol em particular, podem ser excretadas dessa
maneira. Em certas circunstâncias, bactérias no intestino delgado podem
hidrolisar novamente os metabólitos conjugados, depois de sua excreção biliar
para o intestino. A hidrólise tornará esses metabólitos novamente mais
hidrossolúveis. Isso facilita a sua reabsorção para a corrente sanguínea, um
processo conhecido como clico enterro-hepático.
Um aspecto muito importante do
fenômeno do ciclo enterro-hepático é a potencial falha dos anticoncepcionais
orais (estrógenos administrados oralmente) quando usados concomitantemente com
certos antibióticos. Antibióticos que matam bactérias intestinais causarão uma
diminuição do ciclo enterro-hepático dos estrógenos, facilitado por essas
bactérias. Isso diminuirá a concentração dos anticoncepcionais no plasma e,
consequentemente, também diminuirá sua efetividade. As pacientes devem ser
alertadas sobre a possível falha de seus anticoncepcionais orais e sobre o uso
de métodos anticoncepcionais alternativos durante o tratamento com
antibióticos.
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