2.3 Distribuição
A corrente sanguínea transporta
as moléculas da droga não apenas para seus sítios de ação (ou áreas-alvo), mas
também para seus sítios de eliminação. A distribuição da droga é o movimento da
droga a partir da circulação. As moléculas da droga são transportadas na sua
forma livre ou ligadas e proteínas plasmáticas. Moléculas em sua forma livre
são farmacologicamente ativas e capazes de atravessar membranas.
Moléculas que estão ligadas a
proteínas plasmáticas são farmacologicamente inativas e não podem sair da
circulação sem antes ser “liberadas” de suas ligações. Quase todas as drogas
ligam-se parcialmente a proteínas plasmáticas, algumas em menos e outras em
maior grau, enquanto são transportadas pela corrente sanguínea.
Certas drogas podem até mesmo
competir por sítio de ligação nas proteínas plasmáticas. A varfarina é um bom
exemplo de uma droga que aparece quase completamente ligada a proteínas
plasmáticas (até 98%).
Moléculas de drogas não são
distribuídas em quantidades iguais para todos os tecidos e órgãos no organismo.
Em vez disso, os órgãos que recebem porcentagens maiores do débito cardíaco
total receberão também inicialmente porcentagens maiores das doses da droga
absorvida:
Os pulmões recebem 100% do débito
do ventrículo direito
Em descanso, 80% do débito do
ventrículo esquerdo são distribuídos entre os órgãos que são particularmente
vascularizados (ricos em vasos sanguíneos). Estes são: o cérebro, o miocárdio,
as glândulas adrenais, a glândula tireoide, o fígado e os rins. Os rins recebem
25% de todo o débito do ventrículo esquerdo.
Durante os últimos estágios da
gestação, o útero e a placenta podem ser incluídos na lista acima.
A distribuição para outros
tecidos ocorre na seguinte ordem: tecido muscular esquelético, em seguida, a
pele e o tecido adiposo e, finalmente, as estruturas avasculares (que não
contêm vasos sanguíneos) como os ligamentos, tendões e cartilagens.
A extensão da distribuição de uma
droga no organismo pode ser expressa como o volume aparente de distribuição
(Vd) da droga. Esse é o volume no qual a dose específica de droga precisará ser
dissolvida para que alcance a mesma concentração que alcança o plasma. Drogas
que penetram no compartimento intracelular, portanto, apresentam maiores
volumes aparentes de distribuição, enquanto drogas que estão muito ligadas a
proteínas plasmáticas exibem volumes de distribuição muito menores.
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