domingo, 7 de dezembro de 2014

FARMACOLOGIA XVII

2.3 Distribuição
A corrente sanguínea transporta as moléculas da droga não apenas para seus sítios de ação (ou áreas-alvo), mas também para seus sítios de eliminação. A distribuição da droga é o movimento da droga a partir da circulação. As moléculas da droga são transportadas na sua forma livre ou ligadas e proteínas plasmáticas. Moléculas em sua forma livre são farmacologicamente ativas e capazes de atravessar membranas.
Moléculas que estão ligadas a proteínas plasmáticas são farmacologicamente inativas e não podem sair da circulação sem antes ser “liberadas” de suas ligações. Quase todas as drogas ligam-se parcialmente a proteínas plasmáticas, algumas em menos e outras em maior grau, enquanto são transportadas pela corrente sanguínea.
Certas drogas podem até mesmo competir por sítio de ligação nas proteínas plasmáticas. A varfarina é um bom exemplo de uma droga que aparece quase completamente ligada a proteínas plasmáticas (até 98%).
Moléculas de drogas não são distribuídas em quantidades iguais para todos os tecidos e órgãos no organismo. Em vez disso, os órgãos que recebem porcentagens maiores do débito cardíaco total receberão também inicialmente porcentagens maiores das doses da droga absorvida:
Os pulmões recebem 100% do débito do ventrículo direito
Em descanso, 80% do débito do ventrículo esquerdo são distribuídos entre os órgãos que são particularmente vascularizados (ricos em vasos sanguíneos). Estes são: o cérebro, o miocárdio, as glândulas adrenais, a glândula tireoide, o fígado e os rins. Os rins recebem 25% de todo o débito do ventrículo esquerdo.
Durante os últimos estágios da gestação, o útero e a placenta podem ser incluídos na lista acima.
A distribuição para outros tecidos ocorre na seguinte ordem: tecido muscular esquelético, em seguida, a pele e o tecido adiposo e, finalmente, as estruturas avasculares (que não contêm vasos sanguíneos) como os ligamentos, tendões e cartilagens.
A extensão da distribuição de uma droga no organismo pode ser expressa como o volume aparente de distribuição (Vd) da droga. Esse é o volume no qual a dose específica de droga precisará ser dissolvida para que alcance a mesma concentração que alcança o plasma. Drogas que penetram no compartimento intracelular, portanto, apresentam maiores volumes aparentes de distribuição, enquanto drogas que estão muito ligadas a proteínas plasmáticas exibem volumes de distribuição muito menores.

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